sexta-feira, 19 de junho de 2009

tempero

A luz de um dia frio
foi tudo o que sobrou do vento
quando mandou sua mensageira
anunciar o dia daquela chegada

O vento fez do tempo sua morada,
e a pobre mensageira
solidão

A luz da lamparina
brisa apagou primeiro
o que dela sobrou
foi um cinzeiro
e um prelúdio da escuridão

Como enganam seus olhos
quando se tem fome!
um furacão passou
confundindo nossas identidades
e a menina de recados
roubou meu nome,
ruborizei-me,
pelo nú

Fico esperando ele passar
seguido de uma ausência,
que sei,
vai se apossar de mim

Roendo o último fio
das coisas nas quais acredito
o mal dito
pra quem eu quis tudo

... tudo há de ruir
depois dessa tempestade
quando até o brilho do último tanto
de luz vai se mandar

Quando o vento sopra
leva tudo que resta,
e não há luz que ilumine
quando não se tem mais nada,
pra acreditar.

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