quando eu era pequena fechava os olhos na frente do Sol.
eu via que isso me fazia ver várias, milhões de cores dentro do meu próprio olho.
eu olhava pra dentro de um olho e tava lá uma coisa loca. olhava pra dentro do outro e tinham várias cores também.
se eu me focasse dentro de um olho só, eu via que as cores iam se transformando em outras cores. era como se as cores fossem caindo dentro de um túnel, que ia ficando cada vez mais profundo. as cores iam desabrochando em outras cores.
essa era uma coisa que eu adorava fazer quando era criança: olhar para o Sol de olho fechado.
parece que tinham vários eu's dentro de mim naquele momento. eles se revelavam. não sei dizer. às vezes eu achava que tinha 3 pessoas dentro de mim. uma que falava, a outra que discutia com a que falava e uma outra que sabia, sem usar palavras, que nada daquilo fazia sentido. essa terceira pessoa, uma pessoa mais profunda, ela sabia das coisas. mas ela nunca me contava nada de uma maneira direta, mesmo porque ela não interage comigo, nunca interagiu. ela era eu. mas um eu profundo. não sei explicar melhor. mas eu gostava de sentir quando isso tava acontecendo. quando eu percebia a existência dos três eu's aqui dentro.
eu também gostava de torcer o meu corpo todo, ficar de cabeça pra baixo e ver o céu azul nessa posição. também sempre tentei voar. eu achava que podia fazer tudo que eu quisesse. tudo era possível. eu achei isso durante muitos anos. por algum tempo eu meio que perdi a fé nisso. aos poucos. há algum tempo, quando percebi que isso tava morrendo dentro do meu peito, decidi me buscar. hoje eu sinto que estou de volta. é diferente. é mais sereno. estou de volta.
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terça-feira, 22 de setembro de 2015
telepatia
Quando eu era criança, uns 4 ou 5 anos, ou, melhor dizendo, desde quando era criança tinha uma certa obsessão por comunicação através da mente. Meu pai ia trabalhar na fazenda e ele ficava muito tempo fora. Eu queria me comunicar com ele. Lembro que ele tinha um par de walkie-talkies. Verdes. Quadradões. Gigantescos. Aqueles walkie-talkies pra mim era o máximo ! Dentro da cidade funcionavam perfeitamente bem. Eu conseguia falar com meu pai quando ele estava há alguns metros de distância. Mas quando ele ia pra fazenda, a coisa não funcionava bem. Era frustrante pra mim ver que o walkie-talkie não funcionava a longas distâncias. Essa bem que poderia ser a comovente história de uma garotinha que pensou em um walkie-talkie que funcionasse a longas distâncias, que depois alguém batizou de celular, mas eu nunca inventei nada disso, e, naquela época já deviam, inclusive existir protótipos de telefones celulares.
Mas a coisa do walkie-talkie não funcionar à longas distâncias me fez pensar em algo muito mais legal que celular : comunicação através do pensamento ! Era bem óbvio pra mim que aquilo deveria funcionar. Eu pensar em alguma coisa e enviar o pensamento pra outra pessoa, que estava à grande distância. Parecia óbvio pra mim que a outra pessoa, nesse caso meu pai, captaria o meu pensamento. Então eu e meu pai começamos a treinar. Embora eu não saiba com que seriedade meu pai estava levando esse projeto e, aliás, até hoje não sei. Mas a gente fazia assim : eu pensava em uma palavra, ou alguma coisa durante o dia e enviava pro meu pai. Quando ele voltava pra casa eu perguntava no que ele tinha pensado, ou recebido. E aí a gente conferia. Não sei quanto tempo durou o treinamento, não lembro se a coisa evoluiu, mas acho que não. Mas eu nunca desisti de me comunicar com as pessoas pelo pensamento. Eu tenho tentado por aí, mas não tem dado muito certo. Não pra efeitos de comunicação. Mas, pelo menos dentro do meu achismo, penso que consigo captar muitas coisas por aí. Pensamentos que estão soltos no ar e que não são necessariamente direcionados pra lugar nenhum. Esses pensamentos, sentimentos, a gente não recebe na forma de palavra. Sei lá. A antena que a gente liga, digamos assim, é outra.
As vezes eu penso em algumas pessoas de uma maneira tão aleatória, que tenho a impressão de que naquele momento elas estão pensando em mim. Essa coincidência já se confirmou algumas vezes. Mas minha mente, a sua mente são tão aleatórias que essa coincidência toda pode ser só uma coincidência mesmo. É claro que eu prefiro acreditar que não e isso me faz sentir que existe essa comunicação.
Mas a coisa do walkie-talkie não funcionar à longas distâncias me fez pensar em algo muito mais legal que celular : comunicação através do pensamento ! Era bem óbvio pra mim que aquilo deveria funcionar. Eu pensar em alguma coisa e enviar o pensamento pra outra pessoa, que estava à grande distância. Parecia óbvio pra mim que a outra pessoa, nesse caso meu pai, captaria o meu pensamento. Então eu e meu pai começamos a treinar. Embora eu não saiba com que seriedade meu pai estava levando esse projeto e, aliás, até hoje não sei. Mas a gente fazia assim : eu pensava em uma palavra, ou alguma coisa durante o dia e enviava pro meu pai. Quando ele voltava pra casa eu perguntava no que ele tinha pensado, ou recebido. E aí a gente conferia. Não sei quanto tempo durou o treinamento, não lembro se a coisa evoluiu, mas acho que não. Mas eu nunca desisti de me comunicar com as pessoas pelo pensamento. Eu tenho tentado por aí, mas não tem dado muito certo. Não pra efeitos de comunicação. Mas, pelo menos dentro do meu achismo, penso que consigo captar muitas coisas por aí. Pensamentos que estão soltos no ar e que não são necessariamente direcionados pra lugar nenhum. Esses pensamentos, sentimentos, a gente não recebe na forma de palavra. Sei lá. A antena que a gente liga, digamos assim, é outra.
As vezes eu penso em algumas pessoas de uma maneira tão aleatória, que tenho a impressão de que naquele momento elas estão pensando em mim. Essa coincidência já se confirmou algumas vezes. Mas minha mente, a sua mente são tão aleatórias que essa coincidência toda pode ser só uma coincidência mesmo. É claro que eu prefiro acreditar que não e isso me faz sentir que existe essa comunicação.
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