domingo, 19 de outubro de 2014

corrida

aprender a viver
deixa eu correr até o fim da faixa onde tem areia
deixa a água do mar bater até o calcanhar
o vento bater no cabelo
o cabelo encobrir o rosto
deixa as coisas de lado
desapega dos sentimentos
conhece as pessoas
lembra delas com os olhos e deixa as lembranças para as lágrimas
diz adeus
sonha acordado
sofre até colocar o coração pela boca
sente que é só até perceber que nunca está sozinho
se esqueça do outro até se lembrar de si mesmo
um dia de ventania
capta as ideias boas do mundo
dissipa as ideias boas pelo mundo
sorri para as pessoas
mas não sorri toda hora
o riso se perde na rotina
que faz perguntas curtas
e dá respostas caóticas
fala pouco
sente muito
sinto muito que é demais
sente um pouco do que é demais
tá no céu onde tudo é
existe como o bom e como o mau
nada existe para ser apenas contraponto
é tudo vivo
é tudo uma só
integração
e em tudo o que é mau reside um bem
todo bem guarda um mau adormecido
esquece a ciência porque ela é sempre igual a si mesma
não sai do lugar porque prendeu a imaginação humana em uma caixa
sem imaginação não há mundo
tudo o que há são as mudanças dos mundos imaginados
essa noite eu vivi um sonho
em uma praia linda de areias brancas
podia visualizar o mapa da praia na cabeça
a todo momento
podia ver a mim mesma flutuando no mapa
quis nadar entre uma ilha e outra
mas havia tubarões
tornei-me uma pessoa que tem medo de tubarões
anseio pelo nosso encontro, no entanto
agora que descobri quem quero amar
e a quem amo
como posso não viver ?
como posso deixar que seja assim ?
revolta-te
aceita-te
aceita
as coisas tem que ir embora
tudo se dissipa no fim da praia
dissipa-te
porque não há final dos tempos
finaliza
e seja sempre o começo
porque a vida e o tempo são mudança que não tem fim







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